O Novembro Azul é uma campanha de conscientização a respeito de doenças masculinas, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata;
Em vários países, o Movember é mais do que uma simples campanha de conscientização. Há reuniões entre os homens com o cultivo de bigodes (ao estilo Mario Bros), símbolo da campanha, onde são debatidos, além do câncer de próstata, outras doenças como o câncer de testículo, depressão masculina, cultivo da saúde do homem, entre outros.
Quais fatores podem aumentar o risco de ter câncer de próstata?
- Idade: maior risco com o avançar da idade;
- História de câncer na família: mulheres acometidas por câncer de mama e ovário (necessidade de pesquisa de mutação no gene BRCA2) e maior o risco quando homens cujo pai ou irmão tiveram câncer de próstata antes de 60 anos;
- Homens negros;
- Sobrepeso e obesidade.
Quais são os sinais e sintomas?
- Na fase inicial o câncer de próstata pode não apresentar nenhum sintoma, sendo diagnosticado apenas em exames de imagem e biópsia;
- Com o aumento do tumor pode haver: dificuldade em urinar, diminuição do jato urinário, demora em começar e terminar de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
Lembrando que esses sinais e sintomas também podem ocorrer em doenças benignas da próstata. Por exemplo: Hiperplasia benigna da próstata e prostatite.
Na presença de qualquer sinal e sintoma acima deve-se procurar assistência médica para investigação diagnóstica.
E como fazer o diagnóstico? Qual exame?
Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 40 anos com fatores de risco, ou com 45 anos sem fatores de risco , devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite o médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA;
Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal.
Como são realizados estes exames?
- Dosagem de PSA: exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico
- Toque retal: como a glândula fica em frente ao reto, o exame permite ao médico palpar a próstata e perceber se há nódulos (caroços) ou tecidos endurecidos (possível estágio inicial da doença). O toque é feito com o dedo protegido por luva lubrificada. É rápido e indolor, apesar de alguns homens relatarem incômodo e terem enorme resistência em realizar o exame.
- RM multiparamétrica de próstata
- O nível de PSA costuma permanecer abaixo de 4 ng/ml. Alguns pacientes com nível normal de PSA podem ter um tumor maligno, que pode até ser mais agressivo, por isso esse exame, feito de forma isolada, não pode ser a única forma de diagnóstico.
- A biópsia é o único procedimento capaz de confirmar o câncer. A retirada de amostras de tecido da glândula para análise é feita com auxílio da ultrassonografia e/ou ressonância. Pode haver desconforto e presença de sangue na urina ou no sêmen nos dias seguintes ao procedimento, e há risco de infecção, que diminui com o uso de antibiótico profilático.
O que vem na biópsia? O que é o Gleason?

Com quais exames é realizado o estadiamento da doença?
- Ressonância multiparamétrica da próstata
- Cintilografia óssea (caso PSA >10, presença de sintomas ósseos ou Fosfatase alcalina elevada)
- Tomografia de tórax e abdome superior (risco alto ou muito alto)
- PET-CT com PSMA (para doença de maior agressividade)
Descobrimos se a doença é mais agressiva ou não de acordo com a estratificação de risco, onde o médico avalia fatores decisivos para estimar o risco de recorrência ou progressão a fim de auxiliar nas estratégias de tratamento.

O tipo do tratamento vai depender do estadio da doença em cada paciente:
- Doença localizada (confinada a próstata)
- Vigilância ativa: acompanhamento clínico da doença. Utilizada quando o tumor tem características pouco agressivas. Iniciar o tratamento se progressão de doença. Deve-se acompanhar estes pacientes com PSA, toque retal, Ressonância Magnética e biópsia;
- Cirurgia radical: aberta, laparoscópica e robótica (mais utilizada atualmente);
- Radioterapia
- Doença localmente avançada (somente ultrapassa os limites da próstata)
- Cirurgia radical acompanhada ou não de terapia de deprivação androgênica;
- Radioterapia;
- Doença metastática (presente em outros órgãos, como ossos, linfonodos, fígado e pulmão)
O tratamento principal é a terapia de deprivação androgênica para pacientes que desenvolvem metástases (ou seja, supressão dos níveis de testosterona).
Há uma grande variedade de tratamento para o câncer de próstata metastático como:
- Abiraterona
- Enzalutamida
- Apalutamida
- Darolutamida
- Docetaxel
- Cabazitaxel
- Carboplatina
- Radium 223 – radiofármaco prescrito pelo médico nuclear
- Lutécio PSMA – radiofármaco prescrito pelo médico nuclear
- Olaparibe – para pacienteste com mutação do gene BRCA
Não deixe de procurar ajuda médica na presença de sintomas, e diante do diagnóstico procure por profissionais capacitados para eleger o melhor tratamento para você! Cada tratamento é individualizado de acordo com características da doença, da idade e comorbidades do paciente!
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